A RUA É O MEU LAR
Errando pelas ruas da linda cidade
Lá vai a pobre criança desalentada
Magrinha, faminta, descalça, quase nua.
Aonde vai? Perguntei com certa caridade.
Olhando-me com tristeza não fala nada.
Diga-me meu menino que idade é a sua?
Não sei meu senhor, eu só sei que tenho fome.
Não sei quem eu sou, nem qual a minha idade.
Só sei que me expulsaram lá do bueiro.
E agora a vontade de comer me consome.
Os adultos me tratam com tanta maldade.
Por favor, meu senhor me dá algum dinheiro!
Levei-o na lanchonete e ele comeu.
Vê-lo comer se me apertava o coração.
Disse-lhe: para minha casa vou-te levar.
Ele me olhou assustado e me respondeu:
Meu senhor, viver numa casa não quero, não.
Há muito tempo que a rua é o meu lar.
Mas menino, na minha casa você terá tudo:
Um lar, roupa, comida e acesso à educação,
Para um dia adulto responsável se tornar.
Ele responde: isso para mim não é tudo
Quero liberdade! Uma casa é prisão.
Porque insistir senhor? A rua é o meu lar.
Victor Alexandre
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