quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O MENINO E A ESTÁTUA







O MENINO E A ESTÁTUA



No alto do morro se ergue imponente
Braços abertos num grande abraço
Parece que está acolhendo a gente,
Tanto o ser bom como que é devasso.

Ali logo em baixo junto aos seus pés
Menino de rua prostrado e chorando
A tristeza o está varando de lés a lés
Olhando para o Senhor vai clamando:

"Ó Cristo escute aqui a minha reza,
O mundo em que vivo me despreza
Violência dele minha família matou.
Vou vivendo pelas ruas ao Deus dará,
Sozinho e com fome nesta vida estou.
As suas religiões nem um pão me dão,
Olhe meu corpo, tão magricela está.
Os cartolas ricos me chamam ladrão
Os políticos me enviam em abrigo
Que mais se assemelha a prisão
Na rua dormindo estou em perigo,
Certos comerciantes estão pagando
Para moradores de rua exterminar.
Olhar para a sua estátua me apraz
O Senhor é minha última esperança
Escuta esta minha prece de criança
Por favor me ajuda a crescer em paz".

O pobre menino nascido na rua
Pensa que estátua escutou a reza
Brevemente acabará sua pobreza.
Mas depois de alguma meditação
Foi chegando á seguinte conclusão:
"Aqui está a verdade nua e crua,
Se aqueles que dois ouvidos têm
Pedidos seus não querem escutar
Muito menos escutará o Redentor;
Sendo de pedra, ouvidos não tem,
Assim não pôde ouvir a prece sua.
Foi tudo ilusão, sem tirar nem pôr".

Errando pelas ruas da linda cidade
Aquela pobre criança desalentada
Sabe que ninguém lhe fará caridade
Até mesmo o Cristo não fará nada!!!

Victor Alexandre





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